segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A importância da alface na alimentação

As alfaces contêm muito poucas calorias – apenas 17 calorias por 100 grs, sendo constituídas por uma grande quantidade de água (entre 90 a 95% do seu peso). Proporcionam maioritariamente água e quantidades muito inferiores de hidratos de carbono e proteínas, pelo que são pouco energética, embora constituam um alimento rico em vitaminas, sais minerais e fibras. A alface é a verdura mais rica em contributos de nutrientes. Quanto a vitaminas, destaca-se a presença de vitamina A, vitamina C e betacaroteno ou pro-vitamina A. As alfaces caracterizam-se por serem especialmente úteis numa dieta de emagrecimento, dado que contêm uma boa fonte de fibra laxante, que aumenta a sensação de saciedade.
São ainda recomendadas às mulheres que desejam ficar grávidas e a grávidas que tiveram toxoplasmose, dado que são uma boa fonte de folatos (substâncias que ajudam a evitar anemias dado intervirem na formação dos glóbulos vermelhos e brancos, e também são necessários para a síntese de ADN para formar novas células).
As alfaces, especialmente as de cor roxa e verdes intensos, fornecem também provitamina A ou betacaroteno. Além disso, contém quantidades consideráveis de vitaminas C e E.
A alface é também uma boa fonte de vitamina K, essencial na coagulação sanguínea. A fibra mais abundante na alface é a celulose, que não conseguimos digerir mas que tem a excelente propriedade de diminuir o nosso contacto com eventuais carcinogénios pois acelera o esvaziamento intestinal e diminui a pressão no seu interior.
No que se refere aos minerais, as alfaces fornecem:
Potássio, um mineral necessário para a formação e transmissão do impulso nervoso e para a actividade muscular. Além disso, o potássio é um diurético natural que ajuda a eliminar líquidos e a evitar ganhar peso por retenção de líquidos.
Magnésio, pelo que a ingestão de alface é importante também na defesa de cãibras musculares.
Selénio, um mineral antioxidante que ajuda a manter as células fortes e atrasar o envelhecimento.
A alface romana de folha verde que se cultiva ao ar livre é a variedade mais rica em vitaminas e minerais, especialmente se for cultivada na Primavera ou em terreno rico e com um clima temperado. As alfaces mais esbranquiçadas contêm menor quantidade de clorofila, vitaminas C, A e aminoácidos.
Além dos benefícios já apontados, a alface é um sedativo natural – o talo da alface contém um látex rico em lactucina, um anestésico e sonífero que os romanos já utilizavam para dormir bem depois dos grandes jantares e que deu origem ao lactucarium, um popular sonífero e hipnótico do século XIX que se tomava como substituto do ópio sem provocar adição.
Sugestão:
Se tiver dificuldade em adormecer, coma uma salada de alface ao jantar, deixando algumas com talos mais grosso.
Caso pretenda algo mais forte, sem ter de recorrer a medicamentos, coza os talos cortados e deixe-os ferver durante 15 minutos e tome a infusão quente antes de dormir. Este caldo do talo de alface também é benéfico para acalmar queimaduras, golpes e, de uma forma geral, qualquer zona dorida.

Dr. Fernando Póvoas | www.fernandopovoas.com

Nenhum comentário: